Victória e Bernadete

Bernadete era o nome artístico de um homem, um empresário bastante conhecido que durante a noite gostava de vestir-se como uma mulher e cantar em um bar da cidade, um transformista de primeira. Sempre que acabava um show, pegava uma das prostitutas que trabalhavam perto do estabelecimento e entregava-se ao prazer. Uma noite a prostituta escolhida foi Victória, um travesti, com traços extremamente femininos, conseguia ser mais atraente que qualquer mulher comum. E Victória fora cliente de Bernadete por uma, duas, três noites, até perder a conta. Victória aprendeu a gostar da figura feminina, enquanto Bernadete aprendeu a saborear o que tinha entre as pernas.
O tempo passou, e três meses após o primeiro encontro Bernadete resolveu entregar-se completamente a Victória como se realmente uma mulher fosse. Depois, enquanto Victória o chupava, disse, com muito receio, as palavras que ensaiará em casa: “Eu te amo”. A boca de imediato parou de chupá-lo e estrondou a sala num riso eufórico. O brilho nos olhos de Bernadete mudou com a reação de Victória. Balançando a cabeça Victória só conseguiu dizer “Ah, querida” e depois voltou a ri, não estava acostumada a se posicionar ao amante com pronomes masculinos. A dor, o gozo escorrendo pelas costas. O sorriso de um, a lágrima d'outro. O riso enlouqueceu Bernadete. “Não ria de mim” gritou enquanto pulava no pescoço da outra. Ódio descrevia seu olhar, quando deu por si, controlou-se, tarde demais, Victória já estava morta, ou morto, o sexo não faria diferença naquela hora. “O que foi que eu fiz?” pensou Bernadete. Chorou mais e mais, depois resolveu que o jeito era se matar. Pegou a faca, cortou-se, enquanto o sangue jorrava abraçou o corpo da amante. “Eu te amo” repetiu, dessa vez o silêncio fora a resposta.

FIM!!!

2 comentários:

Unknown disse...

Macabro e pervertido. Ícaro adora os temas 'sexo' e 'morte' hahaha. ;P
Mas escreve SUPER bem. ;D

Anônimo disse...

Woaw D+